segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um dia blástico, pensando sobre ter padecido de saudades. A saudade é o vazio da ausência física, alimentado pelo presença quintessencial. O espírito não satisfaz a saudade; o corpo interiorizado feito parte anexa de si, é esse o desejo do saudoso. A entrega é o ato mais impossível da psiquê humana: jamais o receptáculo desejará conter (porque qualquer coisa pode conter tudo) tudo o que se desejará verter. O absoluto é intrapessoal. O suicídio é a saída mais simples quando se deseja um abraço inteiro. Só a morte nos aceita por inteiros. Bruno Ferrari, poeta boêmio do início do século XXI. Suicidou-se atirando-se da janela de seu quarto, de saudades, completamente embriagado. Escreveu esta porra toda e dormiu.