quinta-feira, 16 de setembro de 2010

maus momentos, bons poemas.
Escrevi isso há muitos anos...


Black candles for the lovers


Lay down on my deathbed, share with me this divinal serenity
the taste of shades gettin´ closer within my last minutes
the sound out there makes no sense, is this a pray for me?
can you please touch me, I cannot see, are you really there?
my eyes are hazing, it´s all darkenin´ here
can you please take my hand, I´m so scar´d and cold
I´m slowly freezing as dense become my thoughts
is there a candle afront the altar? I feel it cold, but I could swear some one hath light´d it
did you see the woman fleeting fro the door?
oh, this´ a death chamber, they´ve already lock´d the doors
so she left this for me? how beautiful is this blade
she´s written my name on it, and this is for my chest
just let me taste some more of this strange letargy
can you hear the deaf simphony?
oh, it´s so so silent here
are they really prayin´ for me?
cannot control my laughs, it´s so funny this holy disgrace
then she´s gave me my last temptation
oh, she´s just giving back
who´s the murderer, and who is the sinner?
guess I´ve got too close to come back and think, this´ such a thin veil between me and dark nothing
that I achieve and set me free (set her free)
I realize and let me be (let her be)
then it nails my heart with all my love and will and guilt,
as I light a black candle to dress my soul in red
to kill myself for a dying lover
and oh, I´m surprised, there´s no blood else fro me
I´ve been so drown´d on it, and I thought ´twould never have an ende
till I´ve died completely and for all
oh, this´s the time when I die
I´ve almost forgotten
to tell everyone
the insipid taste
and the stupid beauty
of diving into the black nothing
ofer the cold, gray and limpid stone of my grave
I drop the rests of my body in a maimed peace, now barely confess´d
(is peace having but nothing to feel?)
and almost all that´s left fro my heart and love
is the limb in the walls of this deathroom
my velvet dying, black candles for the lovers
is this the sun out there? why is it still rising for me
even when I´m leaving the stain of this life
the ever flame of my love has the most high majesty
of lonely running to death and still keeping in my dress´d down face
a caressing smile for you my thug
don´t wanna take you with me
don´t share with me the poison and tragedy of this blacken eternity
but I wanna kiss you one more time before...
(before I die
I remember
the last flame I´ve felt
was the maudlying taste of your sunlike lips)

so I´ve died once more this night
one else of the deaths I´ve never let myself to taste
the dragger on the floor, oh, it´s broken
and seas of a phantom blood streaming fro my heart
mine evanescent rose - I´m crying
all that´s left fro my curse and pain
is the limb in my deathbed, beyond the sunset
(can you show me the sun for now?)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A história da humanidade é uma história de tantas tristezas
todos os homens e mulheres são tristes
mais tristes se assim o sabem
e se de si pouco ou nada conhecem ou desconfiam
menos tristes (ou mais dormentes) serão
adormecida humanidade
no espaço vazio que transporta em sua pequenez
a humanidade transposta em outros homens
(que não existem) e de olhos abertos vivem sem pressa para além das tristezas
isso, essa se chama esperança
que só perdura porque é cega e surda
e se inventa e se cria e se alimenta
no coração dos homens que não sabem que são tristes
cegos surdos e tolos
de fecharem olhos ouvidos e a mente
a todo sofrimento do mundo
este poema é uma dor
profunda e de impróprias imagens autodescritivas
que desperta nos olhos do homem
no preciso instante em que seu olhar reconhece
que tudo que há dentro de si
é igual ao que há fora de si
e dentro de todos os outros homens
a história da humanidade é uma história de tantas tristezas
quanto se pode destilar
do lago triste onde choram os homens
bebe aquele que desperta
quantas humanidades há dentro de um só homem?
quantas faces espelhadas tem a sua tristeza?
o homem se vê em todos os homens
sua dor é a dor de todos os seres
a tristeza de um homem é a tristeza de todos
a única lucidez que os unifica, em todas as línguas
na língua dos olhos tristes que todos os homens entendem
(mesmo quando mutilam outros homens)
mas meu carrasco me olhava nos olhos enquanto me cortava
e se comprazia de minha tristeza
desconheceria por completo a sua própria
para não encontrá-la em mim
ou desejou que ela fosse minha
já que não pôde guardá-la em si?
(mas será essa a lógica do desigual)

aquele que conhece sua tristeza
a reconhecerá em todos
o olhar para dentro é igual ao olhar para fora
os homens são os mesmos
em todos se hão de manifestar todas, as tristezas (para isso tempo haverá)
serão nesse dia um único homem
todos os homens?


Este poema é uma dor
que de si mesma me liberta
porque mais a conheço e assim mais me aproximo
do homem em mim que se repete em todos
e agora que por um instante (com mais idéias do que sei palavra) me aproximo
será o quê (existirá?)
que elo
que linguagem
que palavra
que lampejo
que intocável fugidio pensamento
haveria que conjuga e converge
as humanidades todas, e as estrelas?

terça-feira, 4 de maio de 2010

auto de traição

Pari esta coisa num estado de consciência completamente alterado. Ainda estou tentando fazer caber na minha cabeça a intenção com que escrevi esse negócio (e mais alguns outros, que escrevi no mesmo dia e vou botar* por aqui na seqüência**!)

*um aluno meu escreveu isso numa prova, bota água e aí ta tudo separado!
**foda-se o acordo ortográfico, pronto, falei!

bem, o poema:



Auto de traição

hei de ser traído
minha musa se enrola na minha língua dentro
do meu cérebro
vai tentando me dar nó
até quando vou vivendo sem calmante
ó
metalíngua
ó
saco.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

defino meus caminhos quando o sol se põe

Acho justo, muito justo, comigo e com potenciais leitores disto aqui, postar alguns poemas mais antigos que são a minha profissão de fé. Não que eu tenha muito disso. Mas minha própria poesia é minha oração, minha confissão, e meu reconhecimento de mim mesmo em todos os homens. Minha oração pra ninguém, que não há ajuda que não venha de dentro; por isso, minha poesia é minha oração pra mim. Pro outro que eu sou também.

Em suma, eu gosto desses poemas e pronto. Vou postá-los! Desse em especial.
Quando o escrevi, eu tinha nele alguma fé, como se o próprio poema pudesse me arrebatar e iluminar. Fé inocente das crianças. Não a dos moribundos e dos velhinhos, a quem a fé lhes serve para planejamentos futuros; às crianças é pura e bela satisfação do espírito humano, penso logo existo, de onde vim e tal.
Já escrevi melhores. É cheio de blá blá blá. Mas eu gosto dele mesmo assim, e esse é o meu blog, porra.
Quando o poema já está parido, já está todo pintado com os fluidos do meu corpo. Tem gosto de bile ou de sangue, e escorre miolos. É um poema encarnado. Ainda aprendo a fazer poesia com o olhos. Hoje nem defino meus caminhos. Deixo esta difícil tarefa para os meus pés, ó meus pés.

Mas eis o poema. Byron que revire-se na tumba!


VOSSA ROSA EVANESCENTE

defino meus caminhos quando o sol se põe

pois que quando nasce minhas memorias se queimam
e devo vivê-las mais uma vez para que sejam de mim
a parte que chega com a aurora

nas horas de espera da madrugada

eu beijo minha vida e abençôo minha morte

como que a cada dia mais próximo daquele em que nasci

que quando se eleva diante de meus olhos com todo o esplendor

com a nobreza daqueles que a sombra cruzaram

o sol meus sóis ao meu lado sempre

o ar frio da manha em meu peito é uma benção

a cada dia buscando o primeiro, vivendo na graça do último e derradeiro eclipse de nossas almas evanescentes - como a própria bruma que se vai para voltar

quando seu bálsamo no éter da noite as almas em flor tiver de embalar

eis de vossa rosa evanescente a graça e a glória

daqueles que amam, a dor e o sacrifício

daqueles que sabem que retornarão

daqueles que vivem a cada noite o reencontro e a despedida

de tudo o que é santo e sagrado

e voltam calados na luz que lhes brota do peito

como quem canta uma canção inaudível

que todas as criaturas podem ouvir

vossa rosa evanescente: eis a razão de vossa vinda

é doce e sereno o caminho de vosso eterno retorno

(quando aprenderdes o caminho

ja tereis chegado)

domingo, 2 de maio de 2010

Certo. Cedi. Guardo na gaveta o papel e a caneta predileta, e deixo dissolver cloridricamente o apego.
Gosto de escrever só com o pensamento, sem anotar nada. Gosto de correr com as palavras, pra ver se elas me alcançam.
Um dia, eu vou pensar, e o poema se há de traduzir, transliterar e registrar sozinho. A mente é mais rápida que a linguagem. Um dia, vou parir um poema que não terá verso. A métrica e a rima já as abandonei há tempos; no meu próximo poema vou deixar também o verso.
Não haverá palavra. Não haverá imagem. Nem som. Nem forma. Mas será todo uma metáfora, um despejamento de luz gratuito e não traduzido, não contido, não mediado, sem rédea nenhuma.
Um poema nu. Um poema plural, o sentimento poético inteiro, sem o filtro das poucas palavras que conheço.
Será um poema sobre-humano?
Ou justamente por não me passar pelas mãos, falaria abertamente de minha humanidade?

Gesto este poema. Quando lher der à luz, será ele quem me iluminará. Sem versos me iluminará.

Enrolei, enrolei e enrolei, era só pra dizer que resolvi começar a postar por aqui as minhas crias.
Evoé! Que destas orgias em meu cérebro nasça um rebento de luz!